De acordo com estimativa apresentada pelo ex-ministro da Educação Carlos Chiarelli, há no Brasil cerca de 28 milhões de pessoas com deficiência. Nesse contexto, o ensino a distância representaria um instrumento fundamental para a inclusão social dessas pessoas - pois lhes permite não apenas o acesso à educação, mas também ao mercado de trabalho. Essa foi uma das principais avaliações feitas nesta quarta (16) durante audiência pública realizada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado (CE).
Dificuldades e evasãoO ex-ministro da Educação Carlos Chiarelli apontou as dificuldades que os deficientes enfrentam para participar das aulas presenciais - e acompanhá-las da mesma forma que os outros alunos. Ele ressaltou que, mesmo em escolas consideradas inclusivas (que estariam habilitadas a educar tanto as crianças sem deficiência como as portadoras), há um alto índice de evasão escolar, que estaria acima de 50%, por parte dos alunos portadores.
- E a evasão acontece não porque eles não queiram estudar, mas porque [mesmo nas escolas inclusivas] se sentem excluídos - afirmou ele, que atualmente é presidente da Associação da Cadeia Produtiva de Educação a Distância.
Ao defender essa solução, Chiarelli disse que os avanços tecnológicos permitem ao ensino a distância se adaptar às necessidades específicas dos deficientes, "fazendo com que eles aprendam com muito mais rapidez".
- É uma metodologia muito mais abrangente em termos de quantidade, sem que haja perda de qualidade - opina.
Chiarelli observou ainda que os alunos portadores de deficiências "são geralmente adultos e, por isso, são mais disciplinados e têm a vontade de aprender".
A audiência foi solicitada pelos senadores Flávio Arns (PSDB-PR), Marisa Serrano (PSDB-MS) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Também participaram da reunião os senadores Augusto Botelho (PT-RR) e José Nery (PSOL-PA).
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